A fé está associada à religião e espiritualidade, definida como uma crença inabalável e irracional em algo, independentemente de evidências ou lógica contrária.
Neste artigo, abordaremos a natureza da fé e razão, examinando seus aspectos e desafios, e considerando como encontrar um equilíbrio saudável entre a confiança e o questionamento.
O que é a fé?
Muito se fala a respeito da fé… Se eu te perguntar, você saberia descrever com precisão o que quer dizer a fé? E se a pergunta fosse você tem fé?
Mesmo significando “confiança em algo ou em alguém”, a fé tem um sentido muito abstrato quando envolvemos o sentimento de sentir a fé. Principalmente quando estamos caminhando no início da nossa jornada espiritual.
Ter fé
Recentemente ouvi falar de alguém tentando explicar a uma criança o que é a fé, e achei a explicação maravilhosa…
Imagine-se no escuro no topo de uma escada, você é uma criança e seu pai lá no pé da mesma escada lhe dizendo para pular que ele irá te segurar. Você pula?
Se responder sem dúvidas que sim, parabéns! Isso é ter fé!
A fé e a fé cega
Vamos falar um pouco sobre a fé cega. Será que sermos espiritualistas e termos fé indica necessariamente que temos de acreditar em tudo?
A fé cega é caracterizada pela confiança absoluta em algo sem a necessidade de prova ou evidência. Ou acreditar que tudo o que se pede vai se materializar à nossa frente sem ao mínimo esforço de nossa parte.
Uma convicção inabalável que vai além da lógica e da razão.
Enquanto a fé informada ou racional é baseada na avaliação crítica de evidências e experiências, a fé cega opera em um nível emocional e intuitivo, muitas vezes resistente à análise racional.
A distinção entre fé cega e fé informada é importante. Enquanto a última é fundamentada em uma compreensão cuidadosa e crítica das crenças e valores, a fé cega é mais suscetível a influências externas e manipulação.
Se nos recordamos na história, podemos achar muitas comprovações do uso da fé cega. Uma delas, sem dúvida, foram as milhares de mulheres e crianças torturadas e queimadas na fogueira tidas como bruxas.
Novas ideias, novas crenças
Hoje em dia é muito comum ver muitas ideias religiosas inovadoras partindo de vários lugares. Muitas vezes sem embasamento, apoiando-se inteiramente na fé de cada um.
No meio da espiritualidade acreditamos que as mensagens advém do externo, dos espíritos, anjos, mentores, guias, elementais, etc…
Logicamente temos muitos médiuns excepcionais, a exemplo de Chico Xavier, Divaldo Franco, Yvonne do Amaral Pereira, entre muitos outros que ainda nem conhecemos…
Mas temos de ter em mente que ninguém é livre de equívocos. Afinal, estamos encarnados e em evolução.
Influências externas
A comunicação dos espíritos ocorre através dos médiuns, que por meio de sua sintonia atrai para perto de si o espírito que mais convém aos seus pensamentos.
Sabendo somente desse princípio, já nos coloca um sinal interrogativo a mensagem.
Com esse ponto de vista, não estamos querendo levantar uma bandeira contra as mensagens ou os médiuns, queremos levantar a questão de que remotamente há uma possibilidade da mensagem não vir de quem nos diz ser. Para isso é necessário ter fé consciente!
É necessário uma avaliação da informação para sabermos se o que nos está sendo passado. É algo que queremos para a nossa vida, ou não? Esse filtro de questionamento é favorável e saudável para que possamos crescer e nos tornarmos pessoas melhores.
Implicações Ocultas
Uma das principais críticas à fé cega é sua propensão à manipulação e exploração por líderes religiosos ou autoridades e até mesmo a propagação de crença ou ideais de maneira forçada aos outros.
Sem a necessidade de evidências ou questionamento crítico, as pessoas podem ser facilmente influenciadas a seguir crenças e práticas que podem ser prejudiciais.
Além disso, a fé cega pode levar ao fechamento, à crítica e à avaliação racional de crenças e dogmas. Isso pode resultar em uma mentalidade de “nós contra eles”, onde aqueles que questionam ou desafiam as crenças estabelecidas são vistos como inimigos ou hereges. Isso pode levar à intolerância e ao sectarismo, criando divisões dentro das comunidades religiosas e sociais.
Acreditar com Discernimento
Acreditamos que é essencial manter a mente aberta e respeitar a liberdade de crença de cada indivíduo, evitando qualquer forma de julgamento.
Todas as questões têm suas nuances, e até essa fé cega, também pode ser boa e trazer algum benefício.
Alguns aspectos benéficos da Fé Cega
Quando mencionamos a fé cega, estamos falando de uma fé passiva, na qual não nos esforçamos ativamente para alcançar algo, mas sim esperamos que as coisas simplesmente aconteçam sem nossa participação ativa.
Mas, como tudo tem um lado positivo e negativo, esse tipo de fé ainda tem alguns pontos positivos:
- Em momentos de adversidade e incerteza, a fé cega pode oferecer conforto e esperança, fornecendo uma âncora emocional para aqueles que estão enfrentando dificuldades.
- Além disso, a fé cega pode fortalecer a resiliência e a determinação, capacitando as pessoas a superarem obstáculos e desafios aparentemente insuperáveis.
- Também desempenha um papel importante na construção de comunidades e na promoção de valores morais e éticos.
- Unir as pessoas em torno de crenças compartilhadas e objetivos comuns, a fé cega pode inspirar ações altruístas e solidárias, criando um sentido de pertencimento e propósito compartilhado.
Lembrando que desde de que seja o líder religioso seja alguém altruísta!
Equilíbrio entre Fé e Razão
Embora a fé cega tenha seu lugar ainda na experiência humana, é importante buscar um equilíbrio saudável entre a fé e a razão.
Ao mesmo tempo, também é importante estar aberto ao questionamento e à reflexão crítica, reconhecendo que nossa compreensão do divino e do espiritual está sempre em evolução.
Encontrar esse equilíbrio pode ser um tanto exigente, mas é fundamental para uma prática espiritual saudável e significativa.
Fazer-se perguntas do tipo: Faz sentido? É correto? De onde vem essa informação? Não vai contra meus princípios? Além de procurar estudar o assunto e interliga-los através de livros, são apenas alguns dos prismas a levar em consideração.
Se integrar elementos de confiança e entrega com discernimento e reflexão, é possível desenvolver uma fé que seja ao mesmo tempo profunda e resiliente. Nos tornando parte de um todo dinâmico e não apenas seguidores passivos.
Conclusão
Em conclusão, a fé cega é um aspecto complexo e multifacetado da experiência humana, com aspectos positivos e desafios.
Enquanto oferece conforto e esperança em momentos de adversidade, também pode levar do fechamento à crítica e à intolerância.
Encontrar um equilíbrio saudável entre a confiança e o questionamento é essencial para uma prática espiritual significativa e satisfatória.
A medida que cultivamos uma fé informada e reflexiva, podemos nos tornar mais compassivos, compreensivos e conectados com o divino e o sagrado em nós e nos outros.
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